Sempre que, por algum motivo, eu tento me recordar quando foi que comecei a escrever, acabo sendo levada até minha infância. Sempre fui meio viajada, o tipo de criança cheia de ideias mirabolantes e que criava diferentes realidades a cada brincadeira. Minha mãe tem uma caixa cheia de desenhos que fiz quando pequena e sou capaz de dizer que mesmo antes de aprender a escrever, eu já contava minhas histórias. Depois que comecei a frequentar a escola, quando realmente comecei a escrever, as páginas dos meus diários tornaram-se meus primeiros rascunhos. Eu começava falando sobre meu dia, mas depois acrescentava algumas coisas e no final eu era uma princesa feliz em meu castelo ou minha personagem preferida de desenho animado.
Em 2013, quando eu estava no
9° ano do fundamental, uma amiga e eu desenvolvemos uma realidade paralela da
nossa escola, baseada na nossa série preferida: The Walking Dead. Passamos dias
falando sobre aquilo, até que decidimos colocar no papel. Tínhamos um
caderninho só pra isso e durante os intervalos, sem planejamento nem nada, íamos
a biblioteca e escrevíamos o que viesse à nossa mente. Em poucas semanas
reunimos muito material, mas aí chegaram as férias e o projeto acabou ficando
de lado. Nesse meio tempo, tive a ideia de A Maldição dos Guardiões e desde
então, não parei de escrever. Já são três anos trabalhando em MG, com
algumas pausas preguiçosas ou para desenvolver outros projetos, mas da mesma
forma, são três anos e somente agora, em 2016, que estou conseguindo, de
fato, caminhar com a história e sei que isso deve-se aos estudos
sobre escrita criativa.
Uma das primeiras coisas que
aprendi e que considero a mais importante para começar a escrever, é você ter
uma história. Em alguns casos, como naquele meu projeto de 2013, você pode
conseguir só sentar e escrever, mas garanto-lhe que se reservar um tempo para
construir um roteiro, você poupará muito esforço, evitar muitas frustrações e de
quebra, aumentar significativamente a qualidade da sua história. Em breve farei
outro post para me aprofundar nesse tema de planejamento, mas por hora, se você
quer começar a escrever, deve começar a pensar sobre o
que você quer contar. Você tem uma ideia, certo, mas até que ponto ela está
desenvolvida? Ela está pronta para ser escrita ou ainda precisa ser lapidada? Ter
em mente que você quer contar a história sobre um garoto rico que perde tudo em
um jogo, por exemplo, é apenas o começo, agora você deve decidir como essa história deve ser contada, em que circunstâncias ele perdeu tudo? O que ele vai fazer para viver agora? Ele vai tentar recuperar o dinheiro? Como?
Você entende o que eu quero te dizer? Ter uma ideia não significa nada se você
não pode transformá-la em uma história, esse é o trabalho de um escritor:
contar histórias, não passar ideias para o papel. Então se você quer começar a
escrever, comece por aí, desenvolvendo sua ideia, montando o quebra-cabeça da sua
história, definindo seu tema, desvendando seus personagens, criando seus cenários e seu enredo, dando vida à sua ideia e quando ela estiver pronta, você também estará pronto para começar a escrever de verdade.